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Baía da Guanabara sedia o primeiro evento teste das Olimpíadas

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Terminou sábado (9/8) a regata internacional de vela Aquece Rio, o primeiro evento de teste das instalações dos jogos olímpicos e paraolímpicos na cidade carioca. Durante uma semana, a Baía da Guanabara recebeu 326 atletas de 35 países diferentes. Este foi o maior evento desse esporte já realizado no Brasil.

As águas da Baía da Guanabara sofrem com o esgoto e o lixo desde o final da década de 1980. A sua despoluição era uma das promessas de legado dos Jogos Pan-americanos de 2007. Sete anos depois, esse problema persiste, e a sua despoluição devem demorar pelo menos mais 15 anos.

Animais mortos
Em entrevista para a Folha de S. Paulo, o velejador australiano Matthew Belcher, medalha de ouro na classe 470 nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 declarou que as águas estavam muito sujas. Segundo ele, durante a preparação para a competição chegou a encontrar até o cadáver de um cachorro na Baía da Guanabara.

Durante a semana da competição, a avaliação sobre qualidade das águas melhorou. O chefe da equipe brasileira de vela, Torben Grael foi um dos que ressaltou essa evolução. “A água esteve boa para o que é a Baia de Guanabara. Mas se for comparar a outros lugares, ela foi muito ruim. Não podemos ficar acomodados, porque corre o risco de pegar uma semana ruim. A coisa não é estática. Depende de regime de ventos, de marés. Há muito o que melhorar. A começar tirando o esgoto de dentro da Marina da Glória”, disse em entrevista coletiva À imprensa no sábado.

Belcher, no entanto, voltou a ter problemas com a sujeira nas águas. Ele declarou ao site do Globo Esporte que e uma das regatas precisou retirar um saco plástico que prendera na quilha de seu barco. “Perdemos a velocidade do barco, mas conseguimos controlar a situação”, disse.

Dever cumprido
Para a organizadores do evento a regata internacional foi um sucesso. Rodrigo Garcia, diretor de esportes do Comitê Rio 2016, declarou após o evento que estava com a sensação de dever cumprido. “Foi uma experiência muito boa, tivemos sucesso, mas, acima de tudo, conseguimos aprender muito”, completou Garcia.

A avalição de Alastair Fox, diretor de competições da Federação Internacional de Vela (ISAF) segue a mesma linha de acreditar que o evento foi bem sucedido, mas que as informações serão úteis para melhorar a competição nos Jogos Olímpicos. “A Regata Internacional de Vela foi muito bem sucedida. Atingimos vários de nossos objetivos ao testar as áreas de competição, aprendemos sobre as condições locais, conhecemos a autoridades nacionais e a equipe Rio 2016. Colhemos várias informações que agora iremos avaliar”, disse Fox.

A próxima modalidade que receberá um evento teste será a maratona, em julho de 2015.

Porto fechado
Um grupo de empresários também reclamou que a realização do evento provocou a interrupção da atividade portuária. A Capitania dos Portos proibiu a navegação na parte sul da Baía entre os dias 3 e 9 de agosto, das 11h às 17h. Segundo André de Seixas, diretor de uma empresa de logística que criou uma organização de empresários para protestar em relação à interrupção do porto, essa medida provocou prejuízo de milhões de reais. A medida deverá ser adotada novamente em 2016 nas competições da Olimpíada.

O vice-presidente do Sindicato dos Práticos do Rio de Janeiro, Marcello Rodrigues Camarinha, no entanto, não viu grandes alterações no fluxo do porto. “Claro que existe algum atraso por causa da janela de indisponibilidade que ocorre das 11h às 17h. Entretanto, a coordenação de controle portuário e a autoridade marítima, com a praticagem do Rio de Janeiro, realizou um enorme esforço logístico para, logo após as 17h, nós realizarmos o máximo de manobras possível, para atender às demandas reprimidas do dia”, declarou em entrevista à Agência Brasil.

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