A afirmação é do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ao verificar as obras da Arena da Baixada, o estádio mais atrasado entre as cidades-sede.

Em visita à Arena da Baixada, estádio do Atlético Paranaense escolhido para abrigar os jogos da Copa em Curitiba (PR), o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou, nesta terça-feira (21/1), que a cidade pode ficar fora do Mundial. O atraso nas obras é o maior entre as cidades-sede e, se continuarem no ritmo atual, não ficarão prontas para a Copa. Até o final de janeiro, estariam concluídos apenas 90% do total. “A situação é de emergência, pois sem estádio não pode haver jogos”, disse Valcke.

O primeiro jogo da Copa programado para a Arena da Baixada será Irã x Nigéria, no dia 16 de junho. Os outros Honduras x Equador, no dia 20, Austrália x Espanha, no dia 23, e Argélia x Rússia, no dia 26. Os ingressos para essas partidas já começaram a ser vendidos.

Embora reconhecendo que não seria nada fácil excluir uma cidade-sede a menos de seis meses da estreia da Copa, Valcke garantiu que essa é uma possibilidade, considerando-se que as obras estão muito aquém do esperado. Mas não quis informar se a Fifa teria uma alternativa: “Não vou me pronunciar sobre o que pode acontecer enquanto não se decidir se a cidade será excluída ou não”, declarou. Essa decisão só será informada em 18 de fevereiro, durante o workshop de seleções da Copa que se realizará em Florianópolis (SC).

Até aquela data, o Atlético Paranaense, a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná devem se empenhar para acelerar as obras de modo a poder garantir que a Arena da Baixada ficará pronta a tempo.

Entretanto, não foi definida uma nova data para a conclusão dos trabalhos e entrega do estádio nem foi previsto o custo final da obra. “ Nossa preocupação agora é garantir que Curitiba permaneça como cidade-sede”, disse o secretário-geral da Copa.

Medidas emergenciais

As obras, que até agora o clube vinha realizando sozinho, passarão a contar com o acompanhamento de um comitê gestor, com representantes do Comitê Organizador Local, da prefeitura e do governo estadual. Especialistas designados por esse comitê gestor vão apresentar relatórios diários sobre o andamento dos trabalhos.

A mão de obra que atua na construção terá de aumentar dos atuais 1.000 operários para 1.700. O custo da execução, que atualmente é de R$ 265 milhões, também deverá aumentar, com a possibilidade de o clube obter novos empréstimos por meio do BNDES e do governo paranaense, que hoje financiam 85% do custo total da obra. “O governo do Estado poderá liberar mais dinheiro para dar conta do aumento necessário no ritmo das obras, afirmou o secretário da Copa no Paraná, Mário Celso Cunha. “Mas não será verba pública, e sim empréstimo”, completou.