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Matriz de responsabilidades da Rio 2016 avança; apenas dois projetos ainda não têm prazos nem custos definidos

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Investimentos nos equipamentos esportivos serão de R$ 6,67 bilhões, dos quais 64% são de origem privada. Documento aponta ainda mudanças no contrato de gestão do Maracanã pela Odebrecht.

A Autoridade Pública Olímpica (APO) divulgou, no último dia 21, no Rio de Janeiro, uma nova atualização semestral da Matriz de Responsabilidades olímpica, documento que reúne os projetos dos equipamentos esportivos para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio 2016 e as obrigações de cada nível de governo. Na versão atual, são listados 47 projetos, dos quais 11 já estão concluídos e 34 já tiveram contratos assinados para o início de suas respectivas obras. Apenas para dois projetos ainda não há previsão de custos: o aluguel de geradores de eletricidade e as instalações temporárias complementares, como banheiros, lanchonetes, telões etc.

No total, os investimentos previstos na matriz somam R$ 6,67 bilhões, 63,6% realizados com recursos privados. As obras do Parque Olímpico e da Vila dos Atletas, na Região da Barra, Zona Oeste do Rio de Janeiro, concentram quase a totalidade dos investimentos públicos: R$ 4,12 bilhões. Pelo investimento, um grupo de empresas recebeu da prefeitura carioca o direito de explorar comercialmente o terreno após a Olimpíada.

“Os projetos estão encaminhados e dentro do prazo para garantir a realização dos eventos-testes e das competições em 2016”, avaliou Marcelo Pedroso, presidente em exercício da APO, na coletiva de imprensa para divulgação da quarta versão da Matriz de Responsabilidades olímpica. A APO tem mantido a prática de publicar a cada seis meses uma atualização do documento, tanto que já anunciou que divulgará a quinta versão em janeiro. Essa, no entanto, sofreu atraso de um mês.

A matriz olímpica não reúne todos os investimentos para a realização dos Jogos Olímpicos, como acontecia com a Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo. Para calcular o custo dos jogos é necessário incluir os investimentos reunidos em dois outros documentos. Um deles é orçamento do Comitê Organizador Local da Rio 2016, uma entidade privada dirigida pelos comitês olímpicos brasileiro e internacional. O terceiro é o Plano de Políticas Públicas, em que está listada a maioria dos projetos do “legado” dos jogos, como as obras de mobilidade urbana e segurança.

Isso não significa que nada ficará para a população dos investimentos listados na matriz olímpica. Além de alguns equipamentos esportivos que continuarão funcionando, há a subestação de energia do Parque Olímpico, obra entregue em maio deste ano, que será usada para fornecer energia a parte da Barra e arredores, beneficiando cerca de 40 mil pessoas.

O que mudou nessa atualização?
Na comparação com a versão anterior, divulgada em janeiro de 2015, houve um aumento de R$ 70 milhões no valor dos projetos, decorrente, em grande parte, da aquisição de equipamentos para instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra e de reformas no Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas. Como essa compra foi feita com recursos públicos, a proporção de investimentos privados apresentou uma ligeira queda. Eram 66% em janeiro, contra 63,6% agora.

Já o total de projetos diminuiu de 56 para 47. As nove ações previstas para os geradores de energia temporária e instalações complementares em cada uma das quatro regiões olímpicas – Barra, Deodoro, Copacabana e Maracanã – foram agrupadas em duas únicas ações, no tema “Multirregião”. Como esses projetos são de responsabilidade do poder público, a tendência é de que a proporção de recursos privados diminua.

Maracanã
Os outros dois projetos que saíram da matriz são relacionados com o Maracanã. O controverso contrato de concessão do estádio, que foi palco da final da Copa do Mundo, previa a possibilidade de exploração comercial do seu entorno, com a construção de lojas, restaurantes, museus e estacionamento. Entretanto, para construir esses prédios seria necessário demolir uma série de equipamentos públicos, como o Parque Aquático Júlio Delamare, o Estádio de Atletismo Célio de Barros, a escola municipal Friedenreich e o antigo prédio do Museu do Índio. Depois de uma intensa mobilização social, que incluiu confrontos entre manifestantes e a polícia, essas demolições foram suspensas.

No processo de revisão do contrato, a Concessionária Maracanã, formada pela construtora Odebrecht e pela empresa de eventos americana AEG, pediu que houvesse uma redução das contrapartidas pela exploração do estádio, uma vez que, sem os novos equipamentos, a expectativa de lucro diminui. Entre essas ações estavam a construção de quadras de aquecimento da Arena Maracanãzinho e a adequação do Parque Aquático Júlio Delamare. O documento divulgado no dia 21 oficializa essa mudança no contrato

2 respostas a Matriz de responsabilidades da Rio 2016 avança; apenas dois projetos ainda não têm prazos nem custos definidos

  1. Bianca disse:

    Boa tarde. Qual é a data desta matéria?

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