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Moradores da Vila Autódromo divulgam nota dizendo que não serão removidos. Prefeitura não confirma

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Imagem aérea da Vila Autódromo, localizada na zona oeste do Rio, ao lado de onde será construído o Parque Olímpico para os jogos de Rio 2016

Imagem aérea da Vila Autódromo, localizada na zona oeste do Rio, ao lado de onde será construído o Parque Olímpico para os jogos de Rio 2016

No dia 9 de agosto, o prefeito Eduardo Paes se reuniu com representantes da Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo (Ampava) para debater sobre o futuro da comunidade. Porém, informações divulgadas pela associação e pelo prefeito carioca divergem sobre os resultados da reunião.

Moradores da Vila Autódromo, comunidade localizada ao lado do futuro parque olímpico dos jogos do Rio 2016, divulgaram nota em que dizem que não serão mais removidos e que vão negociar com a prefeitura carioca o destino dos moradores. Via assessoria de imprensa, Prefeitura do Rio de Janeiro não confirmou que não haverá mais remoções no local.

No dia anterior, 8/8, o prefeito já havia realizado uma reunião com representantes de movimentos sociais que participam do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas. Parte dos compromissos citados na nota do Comitê Popular já foi atendida pelo prefeito.

Segundo o relato da associação de moradores, a prefeitura se disse disposta a abrir uma rodada de negociações com base na permanência das famílias no local. E que eventuais desapropriações oferecerá para “reassentamento o apartamento no Parque Carioca ou indenização a preço de mercado”.

Questionado pelo portal Jogos Limpos, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que intensificou as negociações com os moradores e “que vai estudar as diversas alternativas possíveis para a comunidade”, sem afirmar que a comunidade permanecerá no local.

As duas notas concordam sobre a criação de um grupo técnico para dar continuidade ao debate.

O bairro da zona oeste do Rio de Janeiro tem esse nome por ficar ao lado do antigo autódromo do Jacarepaguá, que foi demolido para dar lugar ao Parque Olímpico. Hoje vivem cerca de 450 famílias no local, segundo informações da Ampava. Grande parte dessas pessoas vive no local a mais de vinte anos, a própria associação foi fundada em 1987.

Os moradores já passaram por diferentes fases com o poder público. Já houve outros momentos em que sofreram com ameaças de despejo, como na época dos Jogos Pan-americanos de 2007, mas o bairro também foi usado pela Secretaria da Habitação e Assuntos Fundiários do Rio de Janeiro para reassentar legalmente famílias de outras comunidades em 1994.

As ameaças de despejo do local voltaram a se intensificar em meados de 2011, por conta da proximidade do local onde serão disputados boa parte das competições da Olimpíada de 2016. Isso aconteceu apesar do projeto do Plano Geral Urbanístico escolhido para o Parque Olímpico, elaborado pela consultoria inglesa AECOM, reservasse um espaço para a manutenção da comunidade no local.

A associação defende não apenas a permanência no local, mas um plano de urbanização que foi elaborado com a participação dos moradores da Vila Autódromo e a assessoria do Núcleo Experimental de Planejamento Conflitual do Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos da Universidade Federal Fluminense. Este estudo, chamado de Plano Popular da Vila Autódromo, está disponível na internet.

Leia a resposta do prefeito Eduardo Paes ao portal Jogos Limpos

“O prefeito Eduardo Paes iniciou o processo de negociação com os moradores da Vila Autódromo há cerca três anos, o que se intensificou nas últimas semanas. Durante reunião na sexta-feira dia 9 de agosto ficou acertado que será criado um grupo técnico de trabalho, que vai estudar as diversas alternativas possíveis para a comunidade. A Prefeitura do Rio reafirma a sua intenção manter o diálogo e a negociação permanente com os moradores da Vila Autódromo.”

Leia a nota da Associação de Moradores da Vila Autódromo:

“A Associação de Moradores da Vila Autódromo se reuniu com o Prefeito Eduardo Paes nesta sexta-feira, 09 de agosto de 2013. A reunião contou com a presença dos secretários municipais de meio ambiente e habitação, do Subprefeito da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, de representante da Empresa Olímpica Municipal e da Procuradoria Geral do Município. À convite da comunidade, participaram a Defensoria Pública do Estado, as duas universidades federais (IPPUR/UFRJ e NEPHU/UFF) que assessoraram os moradores na elaboração do Plano Popular e a Pastoral das Favelas.

O prefeito reconheceu que houve equívocos no tratamento à comunidade e afirmou que está disposto a abrir uma rodada de negociações baseada na permanência da Vila Autódromo e sua urbanização. Os eventuais casos de reassentamento poderão ser feitos na própria área, caso o morador assim o deseje. O prefeito apresentou também como opções para os casos de reassentamento o apartamento no Parque Carioca ou indenização a preço de mercado.

Para dar continuidade ao processo, foi constituído grupo para a negociação que contará com técnicos da prefeitura, representantes dos moradores e sua assessoria técnica. As decisões serão também submetidas a assembleias dos moradores. A comunidade afirmou que a base para o projeto de urbanização e regularização deverá ser o Plano Popular. A Vila Autódromo continua na luta pelo direito à moradia, junto com outras comunidades ameaçadas de remoção.

Viva a Vila Autódromo! A Vila Autódromo Vive!

Associação de Moradores, Pescadores e Amigos da Vila Autódromo”

Uma resposta a Moradores da Vila Autódromo divulgam nota dizendo que não serão removidos. Prefeitura não confirma

  1. Comunidade da Vila Autódromo disse:

    A nossa comunidade existe a mais de 40 anos quando aquele setor da zona oeste não tinha NENHUM VALOR com crescimento urbano a especulação imobiliária nos alcançou. A olimpíadas é somente um pretexto, um motivo, pois na planta original do parque olímpico a comunidade permanece. na realidade o que nos ameaça são os 60 edifícios e mansões que serão construido na beira da lagoa para o poder aquisitivo alto usufruir, esses sim podem morar lá já nos (baixo poder aquisitivo NÃO!) O senhor prefeito prometeu as empreiteiras Carvalho Hosken, Andrade Gutierrez e odebrech que entregaria o terreno totalmente vazio sem a comunidade, pois a comunidade ficando do lado desses altíssimos investimentos desvalorizaria esses imóveis. Sabemos do nossos direito e iremos lutar até o fim não é justo centenas de famílias com suas histórias de vidas sendo chutadas toda as vezes que a especulação imobiliária se aproxima. Se DEUS é conosco quem será contra??????

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