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Olimpíadas de Inverno de Sochi são os jogos mais caros da história

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A cidade russa de Sochi,que será sede da Olimpíada de Inverno em fevereiro do próximo ano, tem recebido muitas críticas seja em relação ao grande crescimento do orçamento, atraso das obras e danos ao meio ambiente.

O orçamento divulgado pela Olympstroy, empresa estatal russa responsável pela coordenação das obras para os jogos, é seis vezes maior do que o inicial. Essa diferença pode não assustar aos brasileiros que viram o orçamento dos Jogos Pan-Americanos disputados no Rio em 2007 serem multiplicados por nove.

O custo total de Sochi é que impressiona: 50 bilhões de dólares. Essa cifra faz da Olimpíada de Inverno de Sochi os jogos mais caros da história. Nos jogos do Rio 2007 foram gastos R$ 3,7 bilhões de reais, aproximadamente US$ 1,9 bilhões pela cotação da época.

Parte dos problemas é bem conhecida dos brasileiros: o atraso nas obras levou ao aumento dos valores. Em entrevista no dia 8 de fevereiro de 2013, Sergei Gaplikov, diretor da Olympstroy, disse que apenas 153 instalações estão concluídas, enquanto 226 estão inacabadas faltando um ano o evento. A escolha da Sochi como sede dos jogos de inverno aconteceu em julho de 2007, apenas três antes da escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo Fifa de 2014.

“Qualquer projeto na Rússia tem um componente de corrupção. Normalmente ele representa cerca de 30 por cento do custo, mas no caso dos Jogos de Sochi Olímpicos estimativa é muito maior, provavelmente em torno de 50%”, disse Yuli Nisnevich, pesquisador-chefe da Transparência Internacional de Moscou em entrevista para o Christian Science Monitor.

Empresários reclamam do aumento dos preços
Um dos maiores investidores privados nos jogos de Sochi, Vladmir Potanin, tem reclamado das constantes mudanças nas exigências, e do consequente aumento nos gastos, das obras que sua companhia ficou responsável para a realização do evento.

Potanin reclamou de um acréscimo de US$ 530 milhões injustificado em suas obras. Para compensar esse aumento ele está pedindo isenções de impostos para seus empreendimentos em Sochi e um financiamento de US$ 750 milhões de um banco estatal.

“Estamos realizando negociações com o governo sobre a compensação de uma parte desses gastos através de bonificações de juros”, declarou Potanin em entrevista para a Agência Reuters. “Muitos veem isso como uma forma de apoio do governo. Mas, na verdade, é apenas uma compensação para as despesas, que não são característicos de … projetos comerciais.”

Oleg Deripaska, outro empresário russo que está investindo nas construções de equipamentos para à olimpíada de inverno, também quer compensações pelas mudanças nos projetos iniciais. Suas empresas entraram com um processo contra o governo, pedindo US$ 50 bilhões de compensações por custos inesperados. Entre as obras que a empresa de Deripaska é responsável estão os 47 prédios da Vila Olímpica, estimada em US$760 milhões, e a expansão do aeroporto internacional da cidade, estimado em US$ 300 milhões.

Potanin e Deripaska são dois dos homens mais ricos da Rússia, com fortunas estimadas, respectivamente, de US$14,5 bilhões e US$ 8,5 bilhões. Construíram seus patrimônios durante a privatização das empresas da antiga União Soviética. Assim como outros grandes empresários russos, ambos têm relações antigas com o presidente Vladmir Putin.

Essa proximidade entre os empresários e o governo faz muitos suspeitarem de pressão política para que eles assumissem as obras. Diferente do Brasil, em que, de acordo com o levantamento do Tribunal de Contas da União, os investimentos privados representam 15% do total previsto na Copa do Mundo de 2014, o setor empresarial tem uma participação muito maior na realização dos Jogos de Olímpicos de Sochi. Segundo dados do governo russo, 26% dos gastos serão privados.

Oficialmente, tanto Vladmir Potanin como Oleg Deripaska negam que aumento dos preços das obras seja motivado pela corrupção.

Desrespeito aos direitos dos trabalhadores
Para garantir que as obras fiquem prontas, muitos trabalhadores foram contratados. Em relatório publicado recentemente, a ONG Human Rights Watch lista uma série de direitos desrespeitados desses trabalhadores, em especial os imigrantes da Armênia, Ucrânia, Sérvia e Tajiquistão.

As denúncias dos trabalhadores incluem atrasos recorrentes dos salários, chegando ao não pagamento de salários, apreensão de passaportes, excesso de horas de trabalho, condições precárias de moradia e alimentação e a não entregarem contratos de trabalho – necessário para a regularização da condição de migração na Rússia.

Leia o relatório do Human Rights Watch sobre Exploração dos Trabalhadores Imigrantes nas obras para a Olimpíada de Inverno em Sochi 2014 (em inglês).

Área de preservação em risco
As instalações da Olimpíada de Sochi estão dividas em duas partes. Uma próxima ao Mar Negro e a outra, a 43 km de distância, nas montanhas de Krasnaya Polyana. Ligando os dois centros estão sendo construídas uma rodovia e uma ferrovia.

As estradas passam no meio de uma reserva ecológica, o Parque Nacional de Sochi, uma área de mais de 2 mil quilômetros quadrados. Os problemas com essa construção fizeram o WWF (World Wildlife Fund) suspender a cooperação com o comitê local que organiza dos jogos de inverno.

Com informações do Play The Game Institute

2 respostas a Olimpíadas de Inverno de Sochi são os jogos mais caros da história

  1. ricardo disse:

    não tive forças para ler

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