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Policiais entram em confronto coom índios e manifestantes durante a desocupação da Aldeia Maracanã

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Manifestantes que acompanhavam, do lado de fora, a saída de indígenas do prédio do antigo Museu do Índio ocuparam a Avenida Radial Oeste - uma das principais e mais movimentadas da cidade. O Batalhão de Choque da Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha para conter os manifestantes, que fizeram uma corrente humana no meio da pista e foram retirados à força. Foto: Tânia Rêgo/ABr

Manifestantes que acompanhavam, do lado de fora, a saída de indígenas do prédio do antigo Museu do Índio ocuparam a Avenida Radial Oeste – uma das principais e mais movimentadas da cidade. O Batalhão de Choque da Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha para conter os manifestantes, que fizeram uma corrente humana no meio da pista e foram retirados à força. Foto: Tânia Rêgo/ABr

Os índios e manifestantes já não ocupam mais o antigo prédio do Museu do Índio nas proximidades do Estádio do Maracanã. Cumprindo ordem da justiça federal, a Polícia Militar realizou ação de reintegração de posse. Parte dos indígenas que viviam no local saíram de lá pacificamente. Os últimos foram retirados a força pelos policiais. Há relatos de agressão das forças de segurança a parlamentares, promotores públicos, jornalistas e manifestantes.

Ação começou às 3h da manhã desta sexta-feira, quando cerca de 50 polícias cercaram o prédio, e terminou por volta das 11h30 com a entrada da Polícia Militar para retirar os últimos índios e manifestantes que permaneciam no local.

Durante toda a operação aconteceram vários momentos de confronto entre as forças de segurança e os manifestantes. Nas primeiras horas do dia, quando algumas pessoas que apoiam a manutenção dos índios nos locais tentaram fechar o transito nas ruas próximas ao local. A polícia dispersou com bombas de gás lacrimogêneo. Durante toda a manhã houve confrontos entre manifestantes e policiais.

Com intermediação da Defensoria Pública da União, parte dos índios aceitou a proposta do governo estadual que garantia moradia temporária e o compromisso de construir um centro de divulgação da cultura indígena em outro local a ser escolhido pelos indígenas até 2014. Idosos, mulheres, crianças e parte dos homens adultos saíram pacificamente do prédio.

O momento mais tenso aconteceu por volta das 11h, quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou na área para retirar os últimos indígenas e manifestantes. O porta-voz da PM, coronel Henrique de Lima Castro, disse em entrevista para o canal Globo News que os polícias entraram para apagar um incêndio que começara em uma oca construída no local.

O defensor público federal, Daniel Macedo, contestou a explicação da PM. Segundo ele, as últimas pessoas que restavam no antigo prédio do Museu do Índio já haviam concordado em sair e estavam fazendo um ritual no momento da entrada da PM. Macedo também relatou que ele e outros defensores levaram jatos de spray de pimenta dos policiais. Jornalistas também relataram casos semelhantes de agressão.

Macedo acredita que houve “uso abusivo de força por parte da polícia federal” e estuda entrar com ação para punir os comandantes da ação.

Após a invasão, os manifestantes que estavam do lado de fora tentaram impedir que os índios fossem levados para os camburões da polícia. O conflito se espalhou pelas ruas da região com as forças de segurança utilizando bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Tombamento para os índios
Construído há 147 anos, o prédio abrigou a sede do Serviço de Proteção ao Índio, antecessor da atual Fundação Nacional do Índio (Funai). De 1953 a 1977, ali funcionou o museu, criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, quando a instituição mudou para um casarão na Rua das Palmeiras, em Botafogo, zona sul do Rio.

As lideranças dos índios que moram na Aldeia Maracanã defendem que o tombamento do prédio garanta a destinação do local para a cultura indígena. Mas o Governador Sérgio Cabral quer destinar o espaço para a criação do museu olímpico brasileiro.

Em novembro, o Instituto Ethos pediu, em carta enviada ao governo estadual, que o processo de concessão do Complexo Maracanã seja interrompido e se inicie o debate de modelo de gestão, pública, privada ou mista, do espaço com ampla participação social.

Uma resposta a Policiais entram em confronto coom índios e manifestantes durante a desocupação da Aldeia Maracanã

  1. Ardaga Huup-té Dschaam Dscheu Widor disse:

    Parabens para o seu relato equilibrado. Que se distingue muito daquilo que a grande mídia em massa publica: distorções, manipulações, e ocultações de fatos que poderiam revelar os verdadeiros acontecimentos. Como sempre na nossa era agro-fascista. Onde para pessoas indígenas apenas têm dois lugares previstos da parte do eixo (econômico-político) detentor: Ou a favela ou a cova.

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