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Queda de viga mata operário em obra do monotrilho em São Paulo

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O operário Juraci Cunha do Santos morreu, no último dia 9, após queda de uma viga nas obras de implantação do monotrilho na Avenida Washington Luís, zona sul de São Paulo. A construção da Linha 17-Ouro do monotrilho era a única obra de mobilidade urbana prevista como legado da Copa de 2014 em São Paulo, até ser retirada da Matriz de Responsabilidades, em novembro de 2012, pelo governo paulista.

Quando pronto, o monotrilho, sistema de trens elevados, vai ligar o bairro do Morumbi ao Jabaquara, passando pelo Aeroporto de Congonhas, que fica próximo ao local do acidente. Ao todo, serão 18 quilômetros de trilhos e 18 estações, com interligações com linhas do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Com a morte de Santos, chega a 11 o número de acidentes fatais em obras que receberam algum financiamento por conta da Copa 2014. Foram 9 mortes nos estádios que vão receber os jogos da Copa: três mortes na Arena de São Paulo, três na Arena da Amazonas, uma morte na Arena Pantanal e uma no Estádio Nacional.

Além dessas mortes, aconteceram mais duas outras na construção da Arena do Grêmio. Mesmo sem receber jogos da Copa, o novo estádio do tricolor gaúcho recebeu incentivos por parte do governo do Rio Grande do Sul e a construtora responsável pela obra teve o mesmo valor de isenção de ICMS (R$ 30 milhões) que a do Beira Rio, o estádio do Internacional de Porto Alegre.

A primeira morte na Arena do Grêmio acontece em outubro de 2011. José Machado, morreu atropelado quando atravessa a rodovia que separa o estádio e o dormitório dos operários. O outro acidente fatal foi em janeiro de 2013, quando um trabalhador de uma empresa terceirizada na construção da arena morreu após sofrer uma descarga elétrica.

Fabio Sperduti, pesquisador da Fundacentro, órgão do Ministério do Trabalho para pesquisas sobre saúde e segurança do trabalho, avalia que a pressão para entregar a obra no prazo pode ter influenciado a maioria dessas mortes.

A queda de uma viga nas obras de implantação do monotrilho, que resultou na morte de um operário, ainda interdita vias na capital paulista Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A queda de uma viga nas obras de implantação do monotrilho, que resultou na morte de um operário, ainda interdita vias na capital paulista Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

De acordo com o pesquisador, para seguir todos os passos propostos na legislação sobre segurança do trabalho é necessário tempo, algo que as obras com prazo curto de entrega não costumam ter. “Nós também observamos essa pressão nas ações que precisam ser entregues antes das eleições”, comenta Sperduti.

Ele cita como exemplo o acidente que vitimou Ronaldo Oliveira dos Santos e Fábio Luiz Pereira. A morte dos dois foi provocada pela queda de um guindaste no canteiro de obras da Arena de São Paulo. “Os laudos apontaram que nivelamento do solo não foi feito da maneira correta, por isso a terra cedeu e o aparelho caiu. Isso poderia ser evitado caso fosse feito uma inspeção mais cuidadosa”, explica.

Uma resposta a Queda de viga mata operário em obra do monotrilho em São Paulo

  1. aracoelisilva disse:

    A empresa deveria ser mais cuidadosa, para evitar mortes de pessoas.

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