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Balanço Final do governo federal da Copa 2014 indica gastos de R$ 31 bilhões

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Na véspera de Natal, o governo federal divulgou a 6ª avaliação geral da Copa do Mundo de 2014, com o título de “Balanço Final”. De todos os documentos como esse já lançados pelo Ministério do Esporte, responsável por coordenar as ações da União para o mundial de futebol, este foi o mais completo.

O relatório traz cifras do investimento nas oito áreas que foram listadas versões da Matriz de Responsabilidades, como os investimentos em estádios, aeroportos e transmissão de energia. A Matriz foi o documento que serviu para organizar as ações que necessitavam da ação de mais de um dos níveis federais. Além disso, lista ações ligadas à promoção da cultura nacional ou da sustentabilidade, números de voluntários por cidade entre outras questões. Pela primeira vez, também mostra uma estimativa da renúncia fiscal da Copa 2014 por cidade.

O documento também fez parte das ações da transição entre o ex-ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para o atual, George Hilton.

Quanto custou a Copa 2014?
Apesar de abrangente, o Balanço Final não traz um valor fechado dos custos da Copa do Mundo no Brasil. Isso acontece primeiro por só trazer poucos os gastos do governo além dos projetos listados na Matriz de Responsabilidade.

Só a soma dos 130 projetos presentes na última versão da Matriz de Responsabilidade, também divulgada no dia 24 de dezembro, chega a R$ 27,1 bilhões. Esse valor já é R$ 2 bilhões maior do que o apresentado pelo Tribunal de Contas da União, no seu mais recente relatório sobre a Copa.

Valores da Matriz de Responsabilidade

Matriz de ResponsabilidadePúblico (em R$ mi)Privado (em R$ mi)Total (em R$ mi)
Mobilidade Urbana872708727
Estádios7778611,68389,6
Aeroportos2662,83617,86280,6
Segurança1797,701797,7
Estruturas Complementares670,3107,9778,2
Portos597,70597,7
Telecomunicações383,30383,3
Turismo172,30172,3
Total22789,14337,327126,4

Os dois pontos com maiores gastos, segundo o balanço do Ministério do Esporte, foram com as obras de mobilidade urbana e os 12 estádios. O primeiro item, custou R$ 8,727 bilhões. Já os estádios, saíram por R$ 8,384 bilhões.

Porém, mesmo essa cifra ainda deve subir. Já que existem 12 obras da Matriz de Responsabilidades que ainda não foram entregues e, portanto, ainda podem sofrer reajustes nos seus valores.

Uma das novidades é a divulgação dos gastos com as estruturas temporárias para a Copa do Mundo e a Copa das Confederações em 2013. Ao todo, elas custaram R$ 778 milhões, 86% desse total foi pago pelos governos locais. A única exceção foi São Paulo, cujo R$ 107,9 milhões foi pago pela iniciativa privada.

Gastos com Estruturas Temporárias

CidadesCopa 2014 (em R$ mi)Copa das Confederações 2013 (em R$ mi)Total (em R$ mi)
Belo Horizonte3738,375,3
Brasília28,42755,4
Cuiaba35,5035,5
Curitiba26026
Fortaleza27,127,454,5
Manaus123,60123,6
Natal30,7030,7
Porto Alegre25025
Recife33,935,769,6
Rio de Janeiro6637,7103,7
Salvador373471
São Paulo107,90107,9
Total578,1200,1778,2

 

Os investimentos públicos com meio ambiente, voluntariado, saúde, comunicação, as ações de promoção de mão de obra do programa Pronatec, entre outros, não estão contabilizados nesse número, apesar de aparecerem no Balanço Final. Também não está contemplado os gastos com recursos humanos utilizados na coordenação das muitas ações desenvolvidas para a Copa, nem no nível federal, nem nos governos locais. Os gastos do estado do Mato Groso, que criou uma grande estrutura para a sua Secretária da Especial da Copa (Secopa), é um exemplo de investimento não contabilizado.

O único gasto público que não estão listados na Matriz de Responsabilidades, mas aparecem no Balanço, é o valor do programa de financiamento do BNDES para construção de hotéis, o ProCopa Turismo. Foram financiados 17 empreendimentos em seis cidades-sede. Sete dos empreendimentos ainda não foram entregues. No total, esse o ProCopa Turismo investirá R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1,021 bi é financiamento do BNDES.

Isenção de impostos
Segundo os dados divulgados pelo Ministério do Esporte, o total da renúncia fiscal com a Copa até 2015 deverá ficar em R$ 1,802 bilhão. Quase um terço disso (R$ 631,7 mi) é fruto da renúncia tributárias para a construção dos Estádios da Copa e para a FIFA e suas subsidiárias incluídas no programa RECOPA, do governo federal. As desonerações de tributos federais, devem atingir até 2015, R$ 522,9 mi. Já as renúncias creditícias, isto é, valores que o BNDES, e outras instituições financeiras, deixam de cobrar nos financiamentos, somente em 2013, foi de R$ 552,4 mi.

Cidade-sedeRECOPA – origem federal (R$ mi)Informação do Estado (R$ mi)Informação do Município (R$ mi)
Belo Horizonte21,7Não respondeuNão respondeu
Brasília164,2Não aplicáveisNão aplicáveis
Cuiabá16,15,9Não respondeu
Curitiba61,2Não aplicáveisNão aplicáveis
Fortaleza01,1Não respondeu
Manaus14,8Não respondeuNão respondeu
Natal52,1Não respondeuNão respondeu
Porto Alegre62,125Não respondeu
Recife4,3Não aplicáveisNão aplicáveis
Rio de Janeiro130,5Não aplicáveis42,4
Salvador21,4Não respondeu15,7
São Paulo83,3Não respondeuNão respondeu

Apesar de ser até hoje o mais completo levantamento de renúncia fiscal para a Copa do Mundo, ele também é incompleto, principalmente em relação aos governos locais. Das 23 unidades da federação que participaram da organização do evento, 12 não responderam ao pedido do Ministério do Esporte sobre o total da renúncia fiscal de seus tributos.

Somando todas as formas de renúncia fiscal e os investimentos do ProCopa Turismo, o valor do Mundial de Futebol chegaria, até o momento, a R$ 30,927 bilhões, dos quais 82,8% de origem pública.

Consolidação dos gastos com a Copa 2014

Gasto da CopaPúblico (em R$ mi)Privado (em R$ mi)Total (em R$ mi)
Matriz de Responsabilidades22789,14337,327126,4
Hoteis1021,4977,41998,8
Renúncia Fiscal1802,101802,1
Total25612,65314,730927,3
%82,8%17,2%100%

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