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“Combate à corrupção é condição para o desenvolvimento”, afirma Valdir Simão, ministro da CGU

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O combate permanente à corrupção e ao descontrole das finanças públicas é o principal papel do ministro Valdir Simão, que dirige a Controladoria-Geral da União (CGU), que participou do último dia da Conferência Ethos 360° 2015 (23/9). Para ele a corrupção é uma aliada do atraso e da pobreza.

Simão, que também foi auditor da Receita Federal, apresentou os custos intangíveis provocados pela corrupção, como o custo de impacto no desenvolvimento e o custo na qualidade de vida familiar. “Tais impactos intangíveis levam desesperança à população, que acaba por desacreditar na figura pública e no governo”, explicou.

O combate à corrupção deve levar em conta um forte trabalho com agentes públicos, que são as conexões entre o Estado e as empresas privadas. Para Simão, o habitat da corrupção está nessas relações e, para combater esse mal, é preciso trabalhar as relações éticas desse público e desconstruir a sensação de impunidade que permeia tal diálogo entre entes públicos e privados.

“É preciso cuidado com a burocracia”, advertiu o ministro, que vê no excesso de procedimentos e caminhos intrincados uma porta aberta para a corrupção. Reduzir as oportunidades, segundo ele, é a diretriz para a Agenda de Enfrentamento da Corrupção da CGU, que abraça como vertentes a prevenção, detecção e punição.

Desde a implementação da Lei 2846/2013, a Lei da Empresa Limpa, mais de 30 processos judiciais já foram promovidos entre grandes companhias e algumas delas correm o risco de ser extintas. Até agosto deste ano, 350 servidores privados foram demitidos. Valdir Simão defendeu ainda a redução da Taxa Interna de Retorno (TIR) nas campanhas de financiamento das eleições e concordou com Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos, ao afirmar que a corrupção está ligada aos políticos e empresários.

A CGU lançou nesta terça-feira (22/09) o guia do Programa de Integridade: Diretrizes para Empresas Privadas, elaborado por sua Diretoria de Promoção da Integridade, Acordos e Cooperação Internacional. O Programa contém pilares nos quais as empresas privadas podem e devem se respaldar:

  • compromisso da autoadministração;
  • definição clara da instância responsável pela administração;
  • correta avaliação de riscos, considerando o perfil da empresa e áreas; e
  • enumeração dos riscos, objetivando a criação de medidas.

“O guia funciona como indicativo para o combate à corrupção. E seguramente será a base para as empresas estatais também”, afirmou Simão. Para ele, esse processo de aprendizado vai ajudar a restaurar a confiança dos cidadãos no Estado. “Sem dúvida, é um processo doloroso, que significa um compromisso com o futuro, no qual a transparência é o norte a ser perseguido”, concluiu o ministro Valdir Simão.

Elisa Homem de Mello (Envolverde), para o Instituto Ethos.

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