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Edital de concessão define novos locais para Escola Friedenreich, Estádio de Atletismo e Parque Aquático

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O edital de concessão do Complexo Maracanã para a iniciativa privada, divulgado nesta segunda-feira (25/2) pelo governo fluminense, definiu os locais onde serão reconstruídos os equipamentos públicos que devem ser demolidos: a Escola Municipal Friedenreich, o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare.

A proposta do governo estadual é de conceder a administração do Estádio do Maracanã, do Ginásio do Maracanãzinho e da área de entorno para a iniciativa privada por 35 anos. Em troca, a empresa vencedora será responsável por uma série de obras e deverá pagar uma taxa anual de pelo menos R$ 4,5 milhões.

De acordo com o documento, a Escola Municipal Friedenreich será demolida e reconstruída em parte do terreno de outra escola municipal, a Orsina da Fonseca. O novo terreno fica à cerca de um quilometro, na Rua São Francisco Xavier n.º 95, no bairro da Tijuca.

A Escola Municipal Friedenreich é uma das melhores escolas públicas do Rio de Janeiro e do Brasil, tendo obtido 4º lugar do Rio e o 10º do Brasil no Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico). Suas instalações, equipe e seu projeto pedagógico fazem dela uma escola modelo há anos.

Já a escola Orsina da Fonseca passou por uma mudança no seu perfil e currículo nos últimos dois anos, quando passou a fazer parte do programa Ginásio Experimental que garante educação em tempo integral com um aumento no tempo de aula em Português, Matemática, Ciências e Inglês. A nota no Ideb de saiu de 3,2, em 2009, para 6,2, em 2011. A infraestrutura das duas escolas será afetada.

O edital prevê que a demolição do prédio da Friedenreich só será demolido após a construção das novas instalações.

Sai presídio, entra equipamentos esportivos
O novo endereço para o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare também foi definido pelo edital. A empresa que ganhar a concorrência deverá demolir o presídio Evaristo de Moraes, que do outro lado das linhas de trem que servem ao Maracanã. Nesse espaço deverá construir um novo centro de atletismo e um parque aquático.

Planta anexa ao Edital de Concessão do Complexo Maracanã indica a área do Estádio de Atletismo Célio de Barros, que deverá ser demolido

O presídio deverá ser reconstruído no Complexo Penitenciário de Japeri, a 60 km da capital do Rio de Janeiro.

No caso dos equipamentos esportivos, utilizados por atletas de alto rendimento, e do presídio não há qualquer clausula que determine que as futuras instalações devam ser construídas antes do início da demolição.

Museu do Índio e Aldeia Maracanã
O edital da concorrência declara que a empresa vencedora deverá restaurar o antigo prédio do Museu do Índio. O local é ocupado desde 2006 por dezenas de índios de várias etnias que rebatizaram o espaço como Aldeia Maracanã. As lideranças do local reivindicam o tombamento do prédio e que sua destinação para divulgação da cultura indígena.

Construído há 147 anos, o prédio abrigou a sede do Serviço de Proteção ao Índio, antecessor da atual Fundação Nacional do Índio (Funai). De 1953 a 1977, ali funcionou o museu, criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, quando a instituição mudou para o bairro de Botafogo, zona sul da capital carioca.

Outra imagem anexada ao Edital de Concessão do Complexo do Maracanã mostra o antigo prédio do Museu do Índio que deverá ser restaurado. Sua destinação ainda não foi definida

O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, tem tentado retirar os índios do local. Em janeiro, a Polícia Militar chegou a cercar o prédio para comandar uma retirada dos moradores. A última proposta anunciada por Cabral é destinar o prédio para a criação de um museu do Comitê Olímpico Brasileiro.

O documento divulgado nesta segunda-feira, no entanto, não determina qual a destinação para o local após o restauro.

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