O novo governador do Mato Grosso, Pedro Taques, ainda não sabe o que fará com a administração da Arena Pantanal, sede de quatro jogos durante a Copa de 2014. A gestão anterior defendia que o estádio deveria ser repassado para a iniciativa privada. No entanto, a recente declaração do governo fluminense que pode rever a concessão do Maracanã, pode influenciar a decisão de Taques.
A Odebrecht, principal empresa do consórcio que administra o Maracanã, pediu uma revisão do contrato alegando que estava tendo prejuízos mensais de R$ 5 milhões com a gestão do Estádio.
Durante entrevista à imprensa local, o governador mato-grossense resumiu a questão: “Se nem o Maracanã é superavitário, imagina a Arena Pantanal”.
Segundo informações divulgadas no período de transição do governo estadual, a manutenção da Arena Pantanal custa R$ 700 mil por mês ao governo.
Um estudo da extinta Secretaria Especial da Copa (Secopa), divulgado em 2013, previa que a empresa que assumisse a gestão do espaço, que inclui além do estádio um ginásio e uma piscina olímpica, teria receitas de até R$ 35 milhões por ano e R$ 13 milhões de lucro. Nessa proposta, a concessão seria de 30 anos, renováveis por mais 30.
Obras inacabadas
A Arena Pantanal custou R$ 596,4 milhões de reais, a maior parte (R$ 337,9 mi) financiada pelo BNDES. Na comparação com as outras arenas, ela foi a sétima mais cara e abaixo da média do valor gasto com estádios da Copa: R$ 698,6 milhões. No entanto, após o Mundial de futebol, a Arena Pantanal apresentou uma série de problemas estruturais como a queda do forro do teto dos camarotes e a falta d’agua nos vestiários.
As complicações com a arena são apenas parte das dificuldades que o governo do Mato Grosso enfrenta com as obras para a Copa. Segundo o balanço do governo federal, divulgado em dezembro, dos seis investimentos pensados para a cidade receber os jogos do Mundial, apenas 2 ficaram prontos: a Arena e o Módulo Operacional do Aeroporto.
Entre as quatro obras ainda não concluídas (veja a lista na tabela abaixo) está a obra mais cara da Copa do Mundo no Brasil: o sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Cuiabá e Várzea Grande. A previsão atual é que os 22 km de extensão de trilhos e suas 33 estações custe R$ 1,578 bilhão. O segundo lugar no ranking dos maiores gastos com o Mundial está o Estádio Mané Garrincha, que consumiu R$ 1,403 bilhão.
Obra | Execução | Valor (R$ mi) |
---|---|---|
Arena Pantanal | 100% | 596,4 |
Corredor Mário Andreazza | 95% | 52,9 |
VLT Cuiabá / Várzea Grande | 64,60% | 1.577,60 |
Adequação viária e Empreendimentos de acessibilidade à Arena Pantanal | 78% | 76 |
Marechal Rondon – Módulo Operacional | 100% | 2,5 |
Marechal Rondon – TPS, Sistema Viário e Estacionamento | 81,10% | 98,7 |
Como só 64% da obra do VLT em Cuiabá foi realizada é provável que esse valor ainda cresça, entre outros motivos pelos problemas estruturais encontrados em dois viadutos que serão utilizados para evitar cruzamentos dos VLTs com os carros, como afirmou o Tribunal de Contas do Estado em julho do ano passado.
Pedro Taques contratou uma consultoria externar para realizar a auditoria em todas as obras que ficaram da antiga gestão. Segundo informações da imprensa local, um relatório com os resultados será divulgado em fevereiro.
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