Um evento do tamanho da Copa do Mundo traz sempre uma preocupação com a questão da segurança. O país precisa estar preparado para garantir a integridade física e patrimonial dos visitantes e seus habitantes. Para auxiliar os prefeitos das cidades-sede nesse grande desafio foi lançado o “Guia Copa Segura”. A publicação aponta como desenvolver de ações sustentáveis no longo prazo para que se estabeleça um legado social de segurança cidadã antes, durante e depois da Copa 2014.

Entre as principais recomendações estão a prevenção a violência, atenção ao espaço público e a integração entre as esferas federativas nas ações de segurança pública. O guia é uma realização do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em parceria com o Instituto Sou da Paz.

Para os autores do guia, as prefeituras podem articular diferentes instituições dos três entes federativos que atuam em seu território, além da sociedade civil e setor privado, o que permite aos gestores liderarem processos que envolvem diferentes instituições.

“Sendo o município a instância mais próxima da realidade local, é ele que tem condições de articular a comunidade, as polícias e desenvolver projetos de ocupação do espaço público para organizar uma copa mais segura”, disse Carolina Ricardo, coordenadora de sistemas de justiça e segurança pública do Instituto Sou da Paz.

Além das 12 cidades-sede, outras 184 foram definidas como destinos turísticos durante o evento e perceberão um aumento significativo de visitantes.

O guia recomenda três elementos essenciais:

• Integração entre municípios e estados;
• Utilização do espaço público para o desenvolvimento de uma cultura de paz; e
• Prevenção da criminalidade e policiamento.

A parceria com Estados permite não só a obtenção de recursos financeiros, como também que as ações de segurança das prefeituras estejam integradas com as estratégias que serão desenvolvidas pelas polícias e pelo governo federal.

“O objetivo é possibilitar que as experiências positivas na organização de grandes eventos, como o carnaval e a festa de Parintins, e projetos que priorizam a segurança cidadã, como o da cidade de Canoas (RS), sejam replicados em outros municípios”, afirma Renato Sergio de Lima, sociólogo conselheiro do FBSP. “Ações que elevam a segurança e, ao mesmo tempo, melhoram as condições de vida da população nessas cidades, conectando a segurança pública com o desenvolvimento e a integração social”, completa.

Atividade esportiva para envolver a juventude
O guia recomenda a atividade esportiva como estratégia para envolver a juventude, aproveitando o momento para colocar em prática políticas públicas de esporte como forma não apenas de ampliar a participação da população no evento, mas também promover mais saúde, bem estar, qualidade de vida e principalmente a prevenção da violência por meio da ocupação pacífica dos espaços públicos da cidade.

Em relação à prevenção, a publicação recomenda compartilhar as ações da prefeitura com a Polícia Militar. Um exemplo é a fiscalização da venda de álcool, que é um importante fator de riscos para a violência. O trabalho integrado também permite troca de informações, elemento central para uma estratégia de segurança.

A representante do BID no Brasil, Daniela Carrera-Marquis, reforçou a importância do legado social da Copa 2014. “Esperamos que as cidades encontrem no guia sugestões eficazes para a melhoria das condições de segurança cidadã antes, durante e depois da Copa, para que se viabilize mais crescimento com redução da desigualdade social” disse.

O guia contou com a participação de 16 secretários estaduais de segurança assim como especialistas, acadêmicos e representantes de forças policiais e de inteligência envolvidas no processo de organização da Copa 2014. O lançamento aconteceu durante o Sétimo Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, na cidade de Cuiabá. O material está disponível para download e será distribuído a todas as cidades envolvidas no mundial.