A organização não governamental (ONG) Transparência Internacional divulgou estudo nesta quarta-feira (9) uma pesquisa mundial sobre a percepção da corrupção. O resultado mostra o descrédito das pessoas nas instituições públicas para combater a corrupção globalmente. No Brasil, destaque-se a péssima avaliação dos partidos políticos, parlamento e polícia. Para mais de 70% das pessoas entrevistadas essas instituições são muito corruptas.
A pesquisa entrevistou mais de um milhão de pessoas em 107 países, entre setembro de 2012 e março deste ano. No Brasil, o Ibope foi o responsável pelas 2002 entrevistas.
A percepção sobre o nível de corrupção no Brasil ainda é muito alta, 48% dos brasileiros entrevistados disseram que o nível de corrupção nos últimos dois anos aumentou muito e sete em cada 10 brasileiros consideram a corrupção um problema extremamente sério no país. Mais da metade dos brasileiros (56%) consideram que a política de combate à corrupção do governo não é efetiva ou é extremamente insuficiente.
A pesquisa traz uma boa notícia par ao país: 81% dos entrevistados acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção e 80% estão dispostas a fazer alguma coisa para combatê-la.
A ferramenta preferida pelo brasileiro entrevistados é o abaixo-assinado, que foi utilizado para garantir aprovação da Lei da Ficha Limpa. Vale ressaltar que esta pesquisa foi realizada antes da onda de manifestações no Brasil.
A insatisfação com as instituições, que ficou evidente nos protestos, já aparecia na pesquisa. Mais de 81% dos entrevistados avaliaram os partidos políticos como corruptos ou muito corruptos. E 72% dos brasileiros acreditam que o legislativo é corrupto ou muito corrupto. A polícia é avaliada dessa maneira por 70% das pessoas.
Mesmo as organizações melhor avaliadas nesse quesito são questionadas por parcelas expressivas da população: 30% avaliam as forças armadas como corruptas ou muito corruptas e organizações religiosas e o sistema educacional são visto assim por, respectivamente, 31% e 33%.
No mundo, pelo menos uma em cada quatro pessoas admite que pagou suborno por serviços públicos. Mas a pesquisa revela que dois terços daqueles que receberam propostas de suborno negaram a oferta. Essa pergunta não foi feita no Brasil, em parte pela cultura de pagamento para despachantes de documentos, legal em nosso país.
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