Tunel do Metrô de Salvador

A prefeitura de Salvador e o governo da Bahia disputam qual será o modelo de transporte público que ligará a região central da cidade com o aeroporto. O governo municipal defende que esse corredor seja coberto com BRT, sigla para Bus Rapid Transit, que são ônibus que trafegam em vias exclusivas. Já os representantes do governo estadual querem a construção de 22 km de trilhos.

A polêmica começou em julho deste ano, quando o governo baiano anunciou que queria ampliar o transporte por trilhos na cidade. Segundo o assessor chefe da Secretaria de Planejamento estadual, Alberto Valente, a defesa da opção do estado por um transporte sobre trilhos passa por duas condições: atender à demanda da Copa 2014; e viabilizar o metrô de Salvador, que hoje tem 6 km. “Só para esse corredor, são 22 km, que com os outros seis somam 28 km. Mais os seis a serem construídos, nós vamos para 34 km. Então nós vamos multiplicar por seis vezes o metrô e viabilizá-lo do ponto de vista econômico”, explica Valente.

O metrô de Salvador iniciou sua construção em 2000 e até agora ainda não foi inaugurado. A previsão é que os seis quilômetros de linha passem a operar em dezembro deste ano. Durante esses 11 anos, foram muitas denúncias de corrupção por parte das construtoras e do poder público.

O governo estadual ainda não definiu se o eixo Rótula do Aeroporto/ Lauro de Freitas/Rótula Abacaxi será mais uma linha de metrô ou um modelo de Veículo Leve sobre Trilhos, conhecidos pela sigla VLT. A decisão é esperada para essa semana.

Uma das principais críticas ao projeto de transporte sobre trilhos é a possibilidade de aumento dos investimentos necessários. Para as obras de BRT estão previstos na matriz de responsabilidade de Salvador para a Copa R$ 570 milhões. Já para a construção de 22 quilômetros de metrô, já se especula em um gasto de R$ 3 bilhões.

BRT
O secretário municipal dos transportes de Salvador, José Mattos, defende que a ligação com o Aeroporto seja feita por BRT. Para justificar a escolha ele cita desde estudos desenvolvidos em 2005 que apontavam esse como o melhor modelo para o transporte público da cidade e a facilidade de integração com os outros eixos do transporte público planejados.

Mattos reiterou que a o projeto de mobilidade baseado em BRT foi aceito pela equipe Fifa que fez visitas preliminares da seleção das cidades-sedes e que o projeto está presente na matriz de responsabilidades assinada em janeiro de 2010 pelo governo federal, estadual e municipal.

Outro que defende a construção de corredores de BRT é Horácio Brasil, superintendente do Sindicato do Transporte de Passageiros de Salvador (Seteps). Par ao empresário, “trilho é uma maravilha. Principalmente para quem vê, para quem constrói. Tem que ser bom para quem usa, e quem sabe fazer o transporte para quem usa é o cidadão do transporte e da administração municipal, que está diretamente relacionado com a população e as suas necessidades”.