Protesto contra gastos com a Copa do Mundo de 2014 reúne cerca de 2.500 pessoas na Avenida Paulista, em frente ao vão livre do Masp Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com o lema “Se não tiver direito, não vai ter Copa”, cerca de duas mil e quinhentas pessoas, segundo a Polícia Militar (PM) participaram de protesto na Avenida Paulista contra os gastos públicos com o evento organizado pela Federação Internacional de Futebol. O ato é o primeiro no ano em que ocorre a Copa do Mundo. Outras 32 cidades também tiveram protestos simultâneos contra o mundial de futebol.

Os cerca de 20 movimentos sociais que convocaram o ato explicaram em um manifesto as razões do ato:

“O levante de junho já mostrou claramente que os brasileiros já perceberam: os gastos bilionários na construção dos estádios não melhoram a vida da população, apenas retiram investimentos de direitos sociais. Mas junho foi só o começo!”, assinala a nota. O manifesto recorda que embora os dirigentes políticos afirmassem que não era possível atender a reivindicação pela redução da tarifa, “o poder popular nas ruas mostrou que realidades podem ser transformadas”.

Na concentração para o protesto às 17h no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a PM já deteve duas pessoas. Segundo o major Larry Saraiva – responsável por coordenar os 900 homens designados para acompanhar a manifestação – um dos jovens levava uma marreta na mochila e o outro tinha uma porção de maconha. Eles foram encaminhados para o 78º Distrito Policial.

O protesto terminou em confronto entre PM e manifestantes. Os policias usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Pelo menos 128 pessoas foram detidas, segundo a PM. Um vídeo que circulou na internet mostra policiais da tropa de choque cercando manifestantes que tentaram se esconder dentro de um hotel.

Após a dispersão da manifestação, um rapaz de 23 anos, Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, que participara do protesto, foi baleado por policiais militares. De acordo com a PM, dois policiais abordaram, por volta das 22h30, dois homens “em atitude suspeita” – um deles estava com explosivos na mochila. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, Chaves reagiu à abordagem usando um estilete e foi baleado. O outro rapaz tentou fugir, mas foi capturado e levado para o 4o Distrito Policial (DP), no bairro Consolação.

Todos os detidos foram soltos na madrugada do dia 26.

Reação do governo federal
Após saber dos confrontos na manifestação, a presidenta Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência sobre o assunto com os ministros Aldo Rebelo (Esporte), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Celso Amorim (Defesa).

O governo prepara uma campanha publicitária para divulgar melhor os gastos da Copa de 2014, descriminando cada gasto.

Com Informações da Agência Brasil