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Sul-africana ganha prêmio internacional de combate à corrupção

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A Defensora Pública da África do Sul, Thuli Madonsela, recebeu na última sexta-feira (17/10) o Integrity Award, prêmio concedido pela Transparência Internacional às pessoas que se destacaram na luta contra a corrupção.

Madonsela ocupa, desde outubro de 2009, o cargo de Defensora Pública da África do Sul, parecido com o Ombudsman que existe em alguns países do norte da Europa mas que não possui uma função equivalente no Brasil. De acordo com a Constituição do país africano, ela é responsável por garantir o pleno funcionamento da democracia.

Madonsela tem investigado a corrupção dos níveis mais baixos até os mais altos do governo da África do Sul. Nos anos de 2012 e 2013, o escritório da Defensora Pública apurou mais de 35.000 reclamações. Ela é conhecida no país por dar especial atenção às denúncias de corrupção que afetam as comunidades mais vulneráveis na África do Sul, bem como por trabalhar em estreita colaboração com a sociedade civil.

Sua ação de maior destaque até hoje, foi a investigação do suposto uso de dinheiro público do presidente da Sul-Africano, Jacob Zuma, na reforma de sua residência pessoal em Nkandla. Em um relatório contundente lançado em março de 2014, Madonsela recomendou ao presidente Zuma que pedisse desculpas e ressarcir aos cofres públicos uma quantia razoável do dinheiro gasto nas reformas não relacionadas à segurança.

“O trabalho de Thuli Madonsela encarna profunda convicção da Transparência Internacional de que os corruptos não devem ser autorizados a sair livre de seus crimes “, disse JC Weliamuna, Presidente da Comissão da Transparência Internacional para os Integrity Awards. “Sua inabalável coragem e compromisso de defender o Estado de Direito é verdadeiramente inspirador”, avaliou.

Os Integrity Awards foram criados em 2000 para reconhecer a determinação de muitos indivíduos e organizações que lutam contra a corrupção ao redor do mundo. “A Transparência Internacional recebeu 127 nomeações para o Integrity Award de 2014, reforçando a nossa crença de que há uma necessidade de celebrar os muitos heróis da luta contra a corrupção”, declarou Weliamuna. O júri é formado por 11 pessoas de diversos países com uma longa trajetória no movimento anticorrupção.

Madonsela é a primeira Sul-Africana que recebe essa premiação. Os vencedores anteriores incluem jornalistas, ativistas e funcionários do governo. O Brasil já recebeu prêmio duas vezes. A primeira, em 2001, pelo trabalho do Ministério Público do Paraná de investigar e processar o prefeito de Londrina. No ano seguinte, Luís Roberto Mesquita, um empresário de Guarulhos, ficou com o prêmio por sua ação de mobilização local para a fiscalização das contas públicas.

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