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Trabalhadores param obras da Copa e Olimpíada no Rio de Janeiro

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O Rio de Janeiro viu as principais obras para os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo no início dessa semana. Duas greves independentes pararam diversas ações ligadas aos dois megaeventos.

Os trabalhadores do Parque e da Vila Olímpica dos Jogos de 2016 continuam em greve, deflagrada na sexta-feira (4/4). Ali serão disputados a maior parte das competições na Olimpíada de 2016.

Já os operários ligados ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp) pararam desde segunda (7/4) em protesto pela retomada nas negociações com os empresários. A categoria reivindica 10% de reajuste salarial. Entre as obras paradas pelo Sitraicp estão várias que estão, ou estiveram, na lista de investimentos para os megaeventos, entre elas a Transcarioca, a Transolímpica, o Porto Maravilha, a extensão da Linha 4 do metrô, para a zona sul e Barra da Tijuca, além da reforma do Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão.

Data-base
O Sitraicp avalia que cerca de 20 mil trabalhadores da categoria cruzaram os braços nesses dois últimos dias. A ação faz parte das negociações para reajuste salarial. Os empregados pedem infraestrutura pedem 10% de reajuste, retroativo a 1º de fevereiro, data-base da categoria. Eles querem também tíquete refeição de R$ 300, reajuste de 100% nas horas extras de segunda à sexta-feira e plano de saúde para o trabalhador e seus dependentes. Já os empregadores oferecem 9% de reajuste salarial, aumento do tíquete refeição para R$ 250, a partir de 1° de fevereiro, passando para R$ 280 em 1º de maio, e negam hora extra a 100% e a reivindicação do plano de saúde para dependentes.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada/Infraestrutura (Sinicon), Rodolfo Tourinho Neto, disse que as concessionárias chegaram ao limite do reajuste para os empregados. “A proposta patronal representa quase 4% de ganho real acima da inflação; e um ganho real no tíquete refeição de 25 a 30%. Como essas obras têm data e hora marcadas para entrega, nós vamos entrar hoje na Justiça do Trabalho [TRT-RJ] para julgamento do dissídio”. Tourinho Neto não soube informar o número de trabalhadores parados, mas confirmou que quase todas as obras estão paralisadas.

Parque Olímpico
Nos canteiros de obra no Parque Olímpico, parados desde de sexta-feira, os operários pedem aumento de salário, do tíquete de alimentação, plano de saúde também para a família, horas extras de 100%, programa de produtividade, folgas de campo a cada 90 dias, entre outros benefícios.

Em nota, a Concessionária Rio Mais afirmou, ainda no dia 4, que já havia negociado com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Leve. Segundo a nota, a concessionária diz que está “cumprindo a Convenção Coletiva dos Trabalhadores vigente e que já houve acordo como sindicato que representa seus trabalhadores para a Convenção que vigorará nos próximos 12 meses.” A Concessionária Rio Mais é formada pela pelas empresas Odebrecht Infraestrutura, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken.

Os trabalhadores, porém, querem ser representados por outro sindicato justamente o Sitraicp, que cuida de obras de construção pesada. Em entrevista ao portal G1, o presidente do Sindicato da Construção Pesada, Nilson Dias, garantiu que a paralisação no Parque e na Vila Olímpica não tem ligação com a greve convocada pelo organização que dirige.

Confronto entre seguranças e operários

Na manhã do dia 7, os trabalhadores fizeram uma manifestação na porta do Parque Olímpico. Um grupo de operários resolveu fazer também um protesto dentro do canteiro de obras. Nesse momento, os seguranças reagiram.

Trabalhadores relataram que foram disparados tiros. Em um vídeo divulgado na tarde desta segunda-feira, gravado no celular de um dos funcionários da obra, é possível ver um homem com um revolver.

 

A concessionária soltou uma nova nota após o ocorrido:

“A Concessionária Rio Mais, contratada para a execução de parte das obras do Parque Olímpico Rio 2016, repudia o episódio de violência de manifestantes que invadiram o canteiro de obras nesta manhã e informa que tomou as providências junto às autoridades competentes para apuração dos fatos ocorridos. Informa também que não houve registro de vítimas. A Rio Mais reafirma o seu compromisso com o cumprimento da Convenção Coletiva vigente com o sindicato que representa seus trabalhadores, e que mantém a postura de diálogo permanente e transparente com todos os trabalhadores desde o início de suas atividades.”

Com informações da Agência Brasil.

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