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Três Estádios da Copa já deram prejuízo de R$ 10 milhões

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Arena Pantanal é uma dos estádios que está dando prejuízo para o governo local. Foto: Wikmedia

Arena Pantanal é uma dos estádios que está dando prejuízo para o governo local. Foto: Wikmedia

Arena da Amazônia, em Manaus, e a Arena Pantanal, em Cuiabá, e o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, desde o final da Copa do Mundo já deram R$ 10 milhões de prejuízo. É o que aponta um levantamento publicado pela BBC Brasil. Esse valor representa 0,3% do que foi gasto nesses estádios.

A reportagem tentou analisar os custos de quatro arenas consideras “elefantes brancos” por estarem em Estados “sem tradição no futebol”. Porém os administradores da Arena das Dunas, em Natal, não informaram os custos de manutenção. Veja mais informações na tabela abaixo.

EstádioCusto de construçãoCusto de ManutençãoArrecadaçãoPrejuízo
Mané GarrinchaR$ 1,7 biR$ 600 mil/mêsR$ 5,5 mi desde maio/2013R$ 5,9 mi
Arena da AmazôniaR$ 669,5 miR$ 700 mil/mêsR$ 1,5 mi desde agosto/2014R$ 2,7 mi
Arena PantanalR$ 628 miR$ 300 mil/mêsR$ 380 mil desde julho/2014R$ 1,4 mi
Arena das DunasR$ 423 miNão informouNão informou

Desde o final da Copa do Mundo no Brasil, os quatro estádios receberam poucos eventos e sem conseguir chegar próximo de sua lotação máxima.

O estádio em Brasília, por exemplo, recebeu 28 eventos desde o fim da Copa até dezembro de 2014, sendo 12 relacionados ao futebol. O evento mais cheio foi o desafio Brasil contra Argentina, de futsal, com público de 56 mil pagantes, distante de sua capacidade total, de 72 mil lugares. Um jogo entre Botafogo e Atlético-MG pela última rodada do Campeonato Brasileiro teve apenas 3.700 torcedores.

Arena Pantanal recebeu 15 jogos de futebol em 2014 após a Copa, somando os das séries A, B, C e D, com uma média de público de 11 mil pessoas, também longe da lotação de 42 mil. Já na Arena da Amazônia foram apenas 7 jogos desde o final do Mundial, porém a média de público do estádio é a maior entre as quatro arenas, superando 25 mil pessoas por jogo.

Os números são distantes do que aponta como ideal o Índice Internacional dos Estádios, elaborado pelo Instituto Dinamarquês de Estudos do Esporte, que os estádios mais lucrativos costumam ter pelo menos um evento por semana com mais de 80% de lotação.

Governos querem privatizar
Os governos do Amazonas, do Distrito Federal e do Mato Grosso estudam a possibilidade de privatizar a gestão dos estádios justamente para evitar esse constante gasto com a manutenção.

O Governo Rollemberg espera o fim de auditoria interna para definir se irá privatizar o Estádio Nacional Mané Garrincha. No caso da Arena da Amazônia já existe até um estudo pronto que ser lançando em março. A proposta do governo e realizar a concessão do estádio por 25 anos.

Em Cuiabá, entretanto, o governo estadual está mais receoso. Novo governador ainda não definiu se manterá a proposta da gestão anterior de privatização da Arena. “Se nem o Maracanã consegue dar lucro, imagina Arena Pantanal”, declarou o governador Pedro Taques.

PPP
Arena das Dunas é o único desses estádios construídos em regime de PPP (Parceria Público-Privada). O governo estadual concedeu para a OAS a administração da Arena por 20 anos. Durante esse período, o Estado do Rio Grande do Norte pagará R$ 1,2 bilhão pelo estádio. Nos primeiros 11 anos, o governo arcará com uma prestação de R$ 9 milhões mensais; do 12º ano ao 14º, esse valor cai para R$ 2,7 milhões; e nos últimos três anos, ele será de R$ 90 mil mensais.

O custo da construção da Arena, bancado pela construtora com empréstimos do governo federal, foi de R$ 423 milhões. A média de público nos jogos de futebol foi de pouco mais de 9 mil pessoas e a capacidade é de 31.375 lugares.

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