
Batalhão de Choque da Polícia Militar cerca o prédio do antigo Museu do Índio, no entorno do Maracanã, que será demolido para as obras de modernização do complexo esportivo do estádio para a Copa de 2014. Foto: Tânia Rêgo/ABr
Governo do Estado do Rio de Janeiro espera que a desocupação do antigo Museu do Índio aconteça ainda nessa semana. A demolição faz parte do projeto de reestruturação do entorno no Estádio do Maracanã que receberá as finais da Copa das Confederações de 2013 e da Copa 2014. O governo fluminense informou à Defensoria Pública Federal que entraria com o pedido de reintegração de posse nesta segunda-feira (14/1).
Na madrugada do sábado (12/1), Policiais Militares cercaram o espaço do antigo Museu do Índio. No local vivem hoje 23 índios de diferentes etnias e é conhecido como Aldeia Maracanã.
Segundo Afonso Apurinã, um dos indígenas moradores da aldeia, o grupo recebeu informações na semana passada de que a desocupação do prédio ocorreria neste domingo (13). “Fomos pegos de surpresa com a chegada hoje dos PMs [policiais militares]”, disse. A reintegração de posse foi impedida por índios, manifestantes e parlamentares que cobraram do governo do Estado o mandato judicial. Até o momento, o governo não havia conseguido a liberação na justiça.
Sobre a demolição do prédio do antigo Museu do Índio, a Emop informou que fez a licitação no dia 20 de dezembro e o contrato deve ser assinado nos próximos dias. A empresa vencedora, Compec Construções e Locações, vai receber R$ 586.058,95 e terá 30 dias para executar o serviço.
Segundo o governo do estado, o objetivo da demolição “é abrir espaço para a transformação do Complexo do Maracanã em uma grande área de entretenimento, necessária para que o futuro complexo atenda às necessidades de escoamento e circulação de público nos padrões internacionais”.
O governo estadual pretende realizar a concessão de toda a área do chamado Complexo do Maracanã para a iniciativa privada por um período de 35 anos. Essa área inclui o Estádio do Maracanã, o prédio do antigo Museu do Índio e suas dependências, que compreendem mais 12 mil metrôs quadrados. Nessa área estão ainda o Ginásio de Esportes Gilberto Cardoso, o Maracanãzinho, a Escola Municipal Friedenreich o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare. Esses dois últimos equipamentos deverão ser derrubados pela nova administração e reconstruídos em outra área da cidade do Rio de Janeiro, no bairro de São Cristovão.
A derrubada da Escola Municipal Friedenreich deve ocorrer, de acordo com a previsão do governo fluminense, após a transferência dos alunos para outro local, com previsão para as férias escolares de 2013/2014.
Em outubro do ano passado, o governo do Estado declarou que a demolição do antigo Museu do Índio era uma exigência da FIFA. No entanto, em documento enviado à defensoria pública do Rio de Janeiro a FIFA declarou que nunca solicitou a demolição do prédio.
Instituto Ethos pede a suspensão do processo no Complexo do Maracanã
No final de novembro do ano passado, o Instituto Ethos protocolou um documento na Secretaria de Estado da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro pedindo a suspensão do processo de concessão do Complexo do Maracanã e a convocação de uma audiência pública para debater o modelo de gestão dos equipamentos públicos presentes na área.
De acordo com o documento, o Instituto Ethos acredita que o Governo do Estado poderia aproveitar este momento para iniciar um processo amplo de participação popular e estabelecer um diálogo sobre o modelo de gestão do Maracanã com cidadãos e cidadãs, organizações da sociedade civil e de torcedores e, especialmente, com aqueles grupos diretamente impactados pelas obras previstas. O compromisso com diálogo por parte do poder público seria demonstrado com a suspensão do processo de licitação e convocação de uma audiência pública para debater o modelo de gestão do Estádio. O Instituto Ethos também se coloca à disposição do governo estadual para auxiliar nesse processo de diálogo com a população.
Ação do Governo Estadual
Representantes de dois órgãos do governo – Secretaria Estadual de Assistência Social e Empresa de Obras Públicas (Emop) – estiveram no sábado no local para, segundo a nota, “atualizar os contatos com as pessoas que estão no prédio, de forma que, durante a semana, seja finalizado o cadastro social e haja remoção das pessoas, e logo que possível, a demolição do prédio”.
De acordo com um dos líderes do grupo indígena Afonso Apurinã, os funcionários do estado que estiveram ontem na chamada “Aldeia Maracanã” colheram dados como a identidade dos 23 residentes, “mas em nenhum momento disseram que era para a remoção”.
Responsável pelas obras de modernização do complexo com vistas à Copa do Mundo de 2014, a Emop já fez a licitação para a demolição do antigo museu, orçada em R$ 586 mil, mas o contrato com a empresa vencedora ainda não foi assinado.
Em nota o governo fluminense declarou que: “A demolição do prédio do ex- Museu do Índio integra o projeto de modernização do complexo do Maracanã, sendo parte importante na questão da mobilidade. Representantes do Governo do Estado (Emop e Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos) estiveram no sábado (12/1), no local, para atualizar os contatos com as pessoas que estão no prédio de forma que, durante a semana, seja finalizado o cadastro social e haja remoção das pessoas e, logo que possível, a demolição do prédio.”
Construído há 147 anos, o prédio abrigou a sede do Serviço de Proteção ao Índio, antecessor da atual Fundação Nacional do Índio (Funai). De 1953 a 1977, ali funcionou o museu, criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro. Desde 1978, o Museu do Índio está instalado em um casarão na Rua das Palmeiras, em Botafogo, zona sul do Rio.
Com Informações da Agência Brasil
pq vcs fazen isso com os indios?
castar dimdim vcs gastao para ajuda ninuem quer!!!!!!!!!!